quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Palavras ao vento...

Estive outro dia observando como as pessoas dizem "eu te amo"...
Usam essas palavras de forma tão corriqueira, sem nem mesmo perceber o que falam, não se dando conta sobre a implicação destas palavras.
Num momento, amam e juram amor eterno e sem mais nem menos, de um dia para o outro, esse amor eterno é esquecido e abandonado, como se nunca tivesse existido.
Amor de palavra, amor de controle, amor de manipulação. Um amor descompromissado da necessidade de pagar o preço das imperfeições e dificuldades do objeto amado.
Sim, porque esse tipo de amor, acaba rapidamente, quando o ser amado apresenta sua "humanidade"...
É uma espécie de idolatria.
Enquanto o outro está no pedestal, só dando, só compreendendo ou só ensinando, o amor é eterno, mas por favor, não ouse precisar... Nem de compreensão, nem de troca de conhecimento e muito menos de perdão!!
Sim, pois se é necessário perdoar, é porque o outro magoou... E se magoou, ele não é tão  perfeito como se acreditava que era, então não é digno de amor... Aí é um  prato cheio para o abandono cruel, mas justificado...
"Afastei-me pois era muito carente, afastei-me porque era muito pegajoso, afastei-me porque era muito problemático, afastei-me  porque..."
Não estou falando que devemos permanecer em relações destrutivas, muito pelo contrário. Estou dizendo que devemos ampliar nosso conceito de amor.
E que devemos ser mais cautelosos quanto a dizer "eu te amo", ou mesmo e principalmente, de acreditarmos nos "eu te amo" que chegam tão rapidamente em nossas vidas.
O amor verdadeiro deve ser construido em cima de bases sólidas, em amizade recíproca, a qual se fortalece a cada deslize humano de nossos parceiros, familiares ou amigos.
Na verdade, o amor deveria dispensar palavas, pelo menos essas três palavras. Pois quem é amado, sabe... sente através dos pequenos gestos de preocupação, de atenção em relação ao seu sentimento, ao perdão dado espontaneamente quando se é magoado, pois sabe que já magoou muitas vezes...
O que eu vejo, são pessoas carentes de amor verdadeiro, que buscam desesperadamente preencher os seus vazios interiores com a ilusão de um amor romântico e idealizado, que perde "sua graça" quando não corresponde ou não consegue atingir o seu objetivo inicial, que é "dar a felicidade" que elas não têm.
Isso leva a um círculo vicioso:  busca de amores falsos, idolatria, falta de entrega, desilusão, perca de interesse, abandono, aumento do vazio, busca de amores falsos, idolatria, falta de entrega...
Para se evitar esse círculo de amor doente,  deve iniciar pelo auto-conhecimento e pelo amor próprio... Esse é o verdadeiro preenchimento da alma e alicerce da própria felicidade. Independente de se estar sózinho ou acompanhado.
Essa é a base necessária para se aprender a amar verdadeiramente, pois assim, existirá também o perdão às suas fraquezas e consequentemente compreensão às fraquezas e humanidade das pessoas amadas.
Esse é o caminho para ser e fazer feliz, não sendo necessário usar de abandono frio e cruel que fere tantos corações, levando-os à um outro círculo vicioso de amores falsos, abandono, dor, descrença, vazio, amores falsos, abandono, dor...
O mundo precisa sim de amor, mas um amor de qualidade, um amor humano, que salva e liberta o ser amado dos seus interesses egoístas de conveniência, que simplesmente se acaba quando não é mais necessário ou quando não supre suas espectativas de preenchimento deste vazio ocasionado pelo desconhecimento do amor verdadeiro e que para convencer a sí próprio que ama,  precisa repetidas vezes dizer "eu te amo"...
Um abraço e até o próximo post!
(imagens retiradas da internet)
Dra Maria Lúcia Carvalho

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Intolerância...

"Conta-se uma lenda, que um dia Deus estava absorto, vendo em um espelho a imagem do seu Amor, que é a Verdade absoluta...
Um anjo, chegando de repente para lhe trazer uma notícia, O assustou  fazendo com que Ele derrubasse esse espelho que partiu-se então em milhares de fragmentos, que cairam na terra...
Desde então, os homens, sem a Verdade Absoluta, começaram a busca para juntar esses fragmentos, ficando um pedacinho dela para cada um, formando na terra então, muitas religiões..."

Na busca pela verdade, eu tive muitas religiões...
No meu interior, eu sentia e sinto a necessidade de uma compreensão maior sobre os mistérios da vida...
O que eu não percebia, é que, em cada religião que eu "encontrava a verdade", eu me tornava fanática, cega em relação a qualquer outra opinião que não fosse a minha.
Para mim, só aquela era a verdade e ai de quem ousasse a professar outra fé!
Eu não conseguia  perceber que a verdade deveria proporcionar um crescimento individual, e não necessariamente deveria ocorrer o mesmo crescimento para quem quer que estivesse junto a mim, fossem meus familiares ou amigos.
Eu não estava "comprando"  aquela verdade para torná-la minha propriedade, para usar depois como controle e manipulação das pessoas, empurrando "guela abaixo".
Essa atitude não passava de uma auto-afirmação para me sentir poderosa e exercer este poder sobre outras pessoas. Em outras palavras,  para me sentir superior de alguma forma em relação às outras pessoas... "Viram, EU encontrei a verdade..."
A maioria das pessoas querem se tornar melhores... Umas por consciência, outras por medo de ir para o inferno, outras por egoísmo...
O fato é que, nos escandalizamos quando vemos um ataque terrorista nos noticiários, onde são mortas dezenas ou centenas de pessoas, e clamamos em auto e bom tom: "Meu Deus, que mundo é este que vivemos!!", "quanta intolerancia em nome de Deus!!"
Mas não olhamos para nossos atos diários, onde praticamos, em menor escala, os mesmos ataques intolerantes em "nome de Deus", querendo impor nossas verdades de maneira as vezes cruel e arrogante...
Não vemos, que não respeitando a liberdade do outro de fazer suas escolhas e de encontrar sua própria verdade, estamos nos colocando no lugar de Deus, como onipotentes e oniscientes portadores da Verdade Absoluta...
Ah! quanta pequenez...
Devemos parar para refletir e ver que todas as pessoas e todas as religiões são detentoras de uma parte da Verdade e que todas as pessoas estão caminnhando para a Verdade Absoluta, só que em momentos diferentes, dentro do seu processo evolutivo, afinal, o próprio Jesus disse, que na casa do Pai, existem muitas moradas...
Será que é mesmo tão importante, que as pessoas a quem amamos, acreditem no mesmo que nós? Ou é mais válido, amarmos a elas como são?
Fica aí, o pedacinho do espelho que encontrei...
Um abraço e até o próximo post!!
Dra Maria Lúcia Carvalho

P.S. Imagens tiradas da internet