terça-feira, 1 de setembro de 2009

Raiva x Revolta

 Raiva!!  Quem nunca teve esse sentimento dentro de si, que atire a primeira pedra!!
A raiva é uma emoção forte, tão forte como a paixão, mas ao mesmo tempo, muito desconfortável.
Ela pode vir por vários motivos, pode ser por uma injustiça, uma frustração, por causa de uma dor (seja ela física ou emocional), enfim, os motivos podem ser diversos, mas o que importa mesmo, não é o porque ela acontece, mas o que fazer com ela quando ela acontece.
Geralmente, quando temos um sentimento, seja ele bom ou ruim, não paramos para percebê-lo, simplesmente o vivemos.
Aí é que mora o perigo... Quando fazemos isso, é como se deixassemos a nossa vida no piloto automático, sem controle. Viver desta forma é dar o poder de vida,  para outra pessoa ou outra coisa.
Quando olhamos para nossos sentimentos temos a opção de escolha, ou seja, a vida está nas nossas  mãos.
Não estou dizendo aqui, que ao olharmos para a raiva que sentimos, consiguiremos simplesmente deixar de senti-la, mesmo porque os sentimentos fazem parte da natureza humana, fomos criados com eles para nos ajudar a viver. Os sentimentos nos protegem de perigos, como o medo por exemplo, nos aproxima de pessoas como o amor, a ternura,  entre outros...
Estou refletindo na opção que temos de como olhar para esse sentimento. O paradigama é a questão,  o ponto de vista...
Quando sinto uma raiva, seja ela porque motivo foi, eu posso simplesmente remoê-la dentro de mim, colocando a culpa no objeto da raiva ou olhá-la como uma mola propulsora para nos conduzir a uma ação positiva...
- Como assim?
Por exemplo: Vamos colocar aqui uma situação  para dar uma maior compreensão.
Suponhamos que você chegou em uma loja para comprar um item qualquer que você necessita.
Está um dia quente, você está atrasada, com milhões de coisas para fazer, cansada de um dia intenso de trabalho, após pegar um transito infernal, você encontra pela frente uma vendedora negligente e mal educada. Ela não lhe dá atenção, faz como se você fosse uma parede e que estivesse ali pedindo ( implorando) o favor dela lhe atender.
Pois é... se você nunca passou por uma situação como esta é uma pessoa privilegiada, porque dá uma raiva do tamanho do mundo. A ponto de viver um dia de fúria, como no caso do filme com Michael Douglas... brincadeiras a parte...
Mas é uma situação típica de fazer despertar esse sentimento, a raiva.
Pois é, pegando uma situação como essa, vamos olha-la de perto.
A tendência aqui é espraguejar a atendente até o final do dia, colocando nela a culpa pelos males do universo ( se não, pelo menos os da sua vida...)  Mas, olhando para ela com compaixão, num momento de paz (depois que passou a raiva, porque ela passa) a  pessoa que te atendeu provavelmente é uma pessoa extremamente mal resolvida e infeliz, pois só dá carinho e amor, quem tem no seu interior uma vertente deste sentimento. Não podemos dar o que não temos.
Só que no momento eu não consigo raciocinar, pois a raiva, dependendo do seu grau, chega a cegar (por isso muitas pessoas matam num momento de fúria). O que quero dizer com isto é que, podemos analisar nossas reações aos sentimentos, de forma que das próximas vezes, ele venha com menor intensidade.
De que forma? Você pode perguntar.
Mudando o paradigma como fiz ali em cima. Eu  posso ter a raiva e escolher amaldiçoar a moça, como uma mal educada, grosseira e negligente, ou posso optar por vê-la como uma coitada infeliz.
Isso não quer dizer que eu tenho que aturar todas as pessoas mal resolvidas do mundo, pois não tenho vocação para mártir. Não! Eu digo que eu posso "educar" meu sentimento e optar  por caminhos que me dêm resultados mais satisfatórios.
Se eu sei que situações como estas me fazem mal, me dão raiva, o que devo então fazer?
Bom, a primeira opção é mudar o paradigma em realação a mulher.
Depois eu posso optar por NÃO ACEITAR MAIS ESTE TIPO DE SITUAÇÃO!!
Como assim? você me pergunta. Como posso não aceitar essa situação, se o que o "outro" faz não está sob o meu controle?
Simplesmente mudando de loja e de atendente.
O que estou fazendo aqui é transformando a raiva em indignação e revolta.
A indignação e revolta por um tratamento inadequado, pode se transformar em uma mola propulsora. Sim!
Quando nos revoltamos e não aceitamos determinadas situações, lutamos com todas as forças para que isso não ocorra mais e seja transformado.
A revolta é saudável, pois é uma raiva analisada e usada para gerar resultados positivos.
É claro que isto não vai acontecer assim, num passe de mágica. Isso exige treino constante. Diário.
É preciso querer mudar. E a tendência do homem é se acomodar. Quem não prefere mil vezes aquele pijaminha velho para dormir? É muito mais confortável, já se ajusta ao corpo, é perfeito!!
Olhar a vida de outro ângulo, exige abrir mão de velhos conceitos e valores, e  isto é complicado, porque vivemos em comunidade.
Mas quando pago o preço da mudança, eu abro novas oportunidades, novos horizontes. Por exemplo, no caso desta determiada loja, quando deixo de frequentá-la, eu permito que me aconteça lojas novas e melhores, com mais produtos e com atendentes sorridentes!!!
Tudo porque me recusei a aceitar aquele tipo de atendimento, eu me REVOLTO!
Aí as coisas começam a mudar. Pois toda vez que sou maltratada, ou sofro uma injustiça, ou mesmo me machuco fisicamente, ao invés de sentir raiva, sinto REVOLTA, que não é a mesma coisa.
Quando sinto raiva tenho este sentimento pela  PESSOA, e quando me revolto o sentimento é pela SITUAÇÃO!!
Desta forma, vou mudando minha forma de viver a raiva fazendo com que sua intensidade e malefícios diminuam, pois ela é transformada em um sentimento tão forte quanto ela, só que ao meu favor.
Isto é estar no comando da minha vida!! Não permitindo que situações externas digam o que devo sentir e como devo sentir!!!
Então das próximas vezes que sentir raiva, analise!! Veja como você pode usa-la a seu favor!!!
Dra. Maria Lúcia Carvalho

http://dramarialucia.blogspot.com/ 

Um comentário:

  1. Simplesmente PARABÉNS!
    Realmente, se pararmos para pensar nessas situações, seríamos muito mais felizes.
    Adorei este espaço, e sei que irá ajudar muitas pessoas...
    Grande Beijo Com Carinho;
    Bárbara

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